segunda-feira, 5 de novembro de 2007

O valor do conhecimento




"O que traz valor para as pessoas e para as empresas, no longo prazo, é oconhecimento e não a informação"

Carlos Alberto Júlio


Existem pessoas tão preocupadas com os valores que não conseguem enxergaros números. Mas piores mesmo são aquelas que, de tão preocupadas com osnúmeros, se esquecem dos seus valores.E isso acontece todos os dias, em todos os lugares. Cada geração tende areaprender os seus princípios. Precisamos nos adaptar constantemente àsnossas próprias invenções para chegarmos onde queremos. E é nesse ponto queaparece um dos maiores dilemas dos seres humanos, e que nos leva a olhar para dentro de nós mesmos e perguntar: o que importa para a minha vida? Seráque a fama, o sucesso e o dinheiro compensam outras frustrações que vamosacumulando ao longo dessa jornada?E a paz interior corporativa? Ela também começa quando equacionamos o nossoequilíbrio, simplicidade, sucesso e eficácia, que nos permitem fazer o nossotrabalho mais rapidamente para termos mais tempo para ficar com a família,estudar ou fazer aquilo que sempre adiamos por algum motivo aparentemente justificável. Mas, para atingir um resultado positivo nessa equação, épreciso saber conhecer as suas necessidades e viver de acordo com os seus valores, sem deixar o conhecimento para trás. Lembre-se de que o acessoimediato à informação é o que complementa o valor de um profissional nosdias de hoje.É importante que se entenda muito bem que o que traz valor para as pessoas epara as empresas, no longo prazo, é o conhecimento e não a informação.Ninguém aqui renegaria o valor da informação certa na hora certa,principalmente aquelas de caráter competitivo. Porém, há de se definir que ainformação tem caráter cumulativo, enquanto o conhecimento é seletivo, ouseja, enquanto a informação pode ser buscada na hora que dela necessitamos,e armazenada se necessário for, o conhecimento exige inferência e uso paragerar valor.A propósito, o conhecimento só serve para duas coisas: ser compartilhado ou gerar valor. O conhecimento retido na pessoa ou num livro que nunca serálido é um tesouro no fundo do mar. A sabedoria, por sua vez, é todo oconhecimento aplicado. Quando você usa conhecimento para viver melhor,produzir melhor, está exercendo uma certa sabedoria. A obsolescência nas organizações parece advir cada vez mais da incapacidade de gerir e compartilhar as experiências que estão nas pessoas que lá trabalham. Por outro lado, você sabe que está ficando obsoleto no campo pessoal quando párade aprender.Na relação da gestão do conhecimento organizacional, a questão emergente écomo gerenciar algo cuja aquisição não se pode obrigar. O conhecimento só serecebe voluntariamente, não é possível impô-lo. Na questão pessoal, épreciso entender que a busca por conhecimento deve ser multidisciplinar.Escreva seus valores e o que eles significam para você. Não basta tê-los nacabeça e no coração, é preciso escrevê-los no papel. Priorize seus valores,valorize seus conhecimentos e será o mercado que dirá quanto você vale.Afinal, quanto vale a sua paz interior? Muito mais que o seu salário, eu não tenho a menor dúvida. E se fizermos esta pergunta daqui a 500 anos, a resposta será a mesma, com certeza.



Carlos Alberto Júlio é presidente da HSM do Brasil, professor, palestrante eautor dos best-sellers: Reinventando Você!, A Magia dos Grandes Negociadorese seu mais recente sucesso, A Arte da Estratégia. Graduado em administraçãode empresas com especialização na Harvard Business School e no IMD deLausanne-Suíça, Júlio é professor na USP, ESPM e FGV

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